O primeiro jogo da série Bomberman foi lançado nos anos 80 para os Arcades. À época, fez bastante sucesso com a ação metódica – porém frenética – de seus títulos. Assim como outras franquias que nasceram nos Arcades e foram, de certo modo, esquecidas pelos desenvolvedores, Bomberman possui um legado e uma legião de fãs órfãos de seus games. Algumas tentativas de ressuscitar a franquia foram feitas antes, com Bomberman Wars, lançado em 1998 para o Sega Saturn e para o Playstation, que segue a linha de RPGs táticos e Bomberman Tournament, lançado em 2001 para o Game Boy Advance, jogo focado apenas no multiplayer. Com Super Bomberman R, a Nintendo deixou clara sua intenção de reviver o bom e velho Bomberman em toda sua glória para a geração atual tão carente de couch-multiplayers.

Como nos títulos áureos da série, contamos com uma história simples e divertida. Em um dia normal em Planet Bomber, nossos oito heróis coloridos – cada um com sua personalidade única e caricata – estão seguindo suas rotinas de treino (ou assim espera White, o líder) quando recebem uma transmissão de Buggler, o principal inimigo do jogo, convocando todas as formas de vida a fazerem parte de seu plano para dominar o universo, a começar pelos cinco planetas do Starry Sky Solar System. Buggler deixa claro que quem se rebelar vai enfrentar a fúria de seu Dastardly Army. O quinteto vilanesco Five Dastardly Bombers é então revivido pelo autointitulado Imperador.

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Super Bomberman R conta uma história simples, mas divertida.

A sensação que temos ao jogar é a mesma que tive quando joguei Super Bomberman 3 para o Super Nintendo. A diferença é que agora a câmera está posicionada em diagonal para que vejamos os belíssimos gráficos 3D criados para o título na engine Unity. Todos os itens de upgrade são familiares desde o início: a bomba para aumentar a quantidade de bombas simultâneas pelo cenário, os patins para aumentar a velocidade do personagem e a chama pra aumentar o poder destrutivo das bombas, para citar alguns.

Nossos movimentos não são restritos vertical ou horizontalmente, podemos transitar em qualquer direção em cenários desenhados para satisfazer fãs de longa data e novos jogadore. Os cenários são bem variados e as missões não se restringem mais a matar todos os inimigos: há missões de sobrevivência enquanto hordas de inimigos aparecem constantemente, há missões em que devemos pressionar interruptores no cenário para liberarmos a saída e, claro, as clássicas limpezas de cenário.

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São apresentados ao jogador diferentes e variados modos de jogo.

Os bosses são desafiadores e possuem duas transformações em dois estágios diferentes. O jogo não conta mais com o sistema de encontrar vidas escondidas no blocos, mas ao perdermos nossas 8 vidas, pagamos um taxa com as moeda do jogo para recomeçarmos de onde paramos na fase, taxa essa que não se aplica às batalhas contra os chefes.

Podemos ganhar mais moedas ao batalharmos no multiplayer e ao avançarmos na campanha. Na loja, encontramos novos cenários para multiplayer, novas skins criativas para os personagens – um exemplo é a skin Pyramid Head Bomber, que faz referência ao icônico vilão da série Silent Hill -, além de chapéus e outras opções de customização.

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A loja ofecere skins variadas e que fazem referência a personagens icônicos de outras franquias.

Super Bomberman R, para não deixar de lado a tradição, ganha muitas horas de jogo e diversão em seu modo multiplayer. Podemos jogar no sofá com até 8 pessoas com um único console ou jogar com até quatro Switches e até dois jogadores por console em qualquer lugar. O online conta com o modo Free Battle e com o modo League Battle. Ao vencer batalhas no segundo, você ganha Battle Points para alçar melhores posições e títulos na Liga. O modo multiplayer sem dúvidas dá um fôlego extra ao game que, infelizmente, conta com poucas horas em seu modo história.

As cutscenes do jogo, bem estilizadas e em HD, não perderam a essência cartunesca de seus antecessores. A trilha sonora deixa clara a intenção de acelerar a jogatina com suas batidas eletrônicas intensas e rápidas, dando vigor à experiência. A jogabilidade é bastante simples, mas em batalhas de campo aberto, como contra os Bosses, pode se tornar confusa por conta da câmera diagonal não mostrar com perfeição a posição do seu bomber em relação à posição da bomba.


Conclusão

A série recebeu um novo recomeço com o lançamento de Super Bomberman R. É um jogo completo e com conteúdo de qualidade. O seu potencial mostra que o couch multiplayer não está morto e isso é bom para a indústria que, infelizmente, focou apenas no multiplayer online com rumores inclusive de que o modo single player pode estar ameaçado em futuro próximo. Bomberman traz um alento aos jogadores que não aceitam imposições de modo de jogo e querem jogos completos pra jogar o modo que quiserem quando desejarem. Particularmente, estou bastante animado e crente em um novos títulos seguindo os mesmos moldes, mas o mercado precisa continuar reagindo positivamente ao Switch e aos títulos para que esse desejo ganhe força.


O melhor

  • Jogo completo com vários modos
  • Nostalgia e inovação na medida certa
  • Gráficos tridimensionais bonitos evidenciados pela câmera em diagonal
  • Estágios variados
  • Boss Battles desafiadoras

O pior

  • Batalhas de campo aberto confundem a posição das bombas e dos bombers
  • Modo história curto

8/10