LIMBO é um jogo feito pela desenvolvedora Playdead, a mesma de Inside. O desenvolvimento dele é marcado por altos e baixos; segundo Dino Patti, sócio da empresa, 70% de seu jogo não foi usado por não se apropriar do conteúdo que queriam. Mesmo assim, o título foi o terceiro jogo mais vendido no serviço Xbox Live Arcade em 2010, gerando uma receita ao redor de 7,5 milhões de dólares somente nesse serviço. Foi lançado para Xbox 360 em 21 de julho de 2010, Playstation 3 em 20 de julho de 2011, PC em 20 de agosto de 2011, PlayStation Vita em 5 de junho de 2013, Playstation 4 em 24 de fevereiro de 2015, Xbox One em 3 de novembro de 2016 e Nintendo Switch em 28 de junho de 2018.
O jogo é um puzzle de plataforma em 2D e não possui um enredo clássico, assim como seu sucessor; o que sabemos é que um garoto parte em busca de algo ou alguém em um lugar macabro que é muito possivelmente o inferno. É simples em todos os aspectos, principalmente em suas mecânicas, até porque só precisa de 3 botões para zerar o jogo. O que surpreende é que o jogo foi lançado há muito tempo e ainda pode-se dizer que não é ultrapassado por conta de sua temática, mas admito que é limitante.

Como já disse, LIMBO não possui narrativa. Não há nenhum diálogo ou legenda contando absolutamente nada. O protagonista acorda no meio de uma floresta macabra e é lá que sua jornada começa – apesar de ninguém saber ao certo como termina. Até hoje existem teorias, mas nenhuma confirmada, e recomendo que você leia-as somente depois de jogar. Talvez você acabe achando-o melhor ainda, porque aparentemente seria apenas um mundo sinistro onde monstros caçam crianças(?). Essa dúvida faz com que tudo se torne mais interessante, acredite. A atmosfera sombria do jogo te faz pensar sobre os elementos a sua volta e até imaginar algum motivo de estar nesse cenário.

No jogo você só precisa interagir com o ambiente com apenas um botão, pular e andar. As mecânicas são muito bem executadas, e não poderia esperar menos que isso, já que é tão pouco. Apesar de tudo, já está satisfatória e intuitiva, e os designs de nível não precisam de mais que isso para funcionarem bem. Todas as fases são boas, mas sinto que são muito fáceis. Se você não arranjar alguma alternativa já de cara, esperará alguns segundos ou minutos e pensará em algo que solucionará. É extremamente estranho dizer isso, mas para passar em suas fases você precisa mais da dominação de comandos do que raciocínio lógico. Isso não é errado, aliás, até parece o indicado depois de jogar, mas não é convencional um jogo desse gênero funcionar dessa forma. A única coisa que me incomodou um pouco é que certos objetos que tem de ser usados ficam escondidos atrás de outros, e como tudo é em tons de cinza, parece ser uma escolha imprecisa.

LIMBO tem entre 2 e 5 horas de gameplay. O fator replay é duvidoso, porque o valor do jogo é levemente caro e não condiz com esse tempo, mas haverão pessoas que completarão ele 100%, o que consumirá muito mais horas (dependendo da maneira em que o jogador fará). Esse fator se anula se fizer como eu e jogar no Switch, porque não existem conquistas.
A trilha sonora é espetacular, sem mais, apesar de apenas conter seis faixas. Ajuda ainda mais a atmosfera a se mostrar perturbadora. Eu sempre ouço esse tipo de coisa separadamente, depois de jogar, e essa não é tão agradável de se ouvir assim, mas reconheço sua beleza. Seus efeitos sonoros também são adequados, variados e parecem se integrar ao cenário, então nada a criticar também.
A direção de arte é muito boa. É simplista, usa apenas uma pequena paleta de cores, usa de personagens nem um pouco detalhados e mesmo assim é muito bem elaborada. As animações do protagonista são tão boas que até as mortes são variadas. São extremamente explícitas, tendo até a opção de retirá-las, e se a escolher, ela simplesmente pula, como se ele não tivesse morrido, e logo renasce no último checkpoint.

LIMBO é uma obra de arte. Tem um terror psicológico que motiva os jogadores a entenderem seu universo misterioso, fa-los admirar seu design e que os imerge mais a cada instante mesmo sem ter história. Erra em vários pontos, e justamente por isso fizeram Inside, sequência espiritual que os corrige e é um dos melhores jogos de todos os tempos (e um dos meus favoritos).
Conclusão
LIMBO é simplesmente uma obra de arte. Surpreende por ser tão enigmático e complexo mesmo sendo tão simples. Seu interesse por criar uma atmosfera tão imersiva compensa todos seus pontos negativos.
(Cópia para análise gentilmente cedida pela Playdead)