Em 1994, a Eletronic Arts lançou The Need for Speed, jogo que rendeu à empresa múltiplos prêmios e revolucionou o mercado com sua simulação realista de corrida de carros, mas com um toque arcade. Ao longo dos anos, a franquia lançou ainda mais títulos, se tornando muito poderosa, e quase todos os jogos figuravam entre os melhores da categoria no seu ano de lançamento. Após o lançamento de Need for Speed (2015), tentativa de reboot para a série, a qualidade dos jogos vem decaindo. E Need for Speed Payback não parece tentar mudar esse cenário.

A história do game é simples e parece um novo filme da série Velozes e Furiosos. Mac, Tyler e Jess, os três personagens principais, foram traídos por Lina, uma antiga amiga que agora participa de um grupo chamado A Casa, que organiza corridas ilegais em Fortune Valley (nome fictício para Las Vegas). O nome do jogo já resume seu roteiro. Tudo acontece simplesmente por vingança. O enredo, infelizmente, possui vários problemas. Algumas cutscenes são demasiadamente curtas para explicar tudo que é preciso, e alguns diálogos são desnecessários.

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Mac, Tyler e Jess buscam vingança contra Lina.

O jogo começa apresentando a dirigibilidade dos carros, alternando entre personagens em um racha no deserto. Logo, Mac apresenta o mecânico Rav, que reformou um carro antigo, agora perfeitamente funcional. Você o dirige até a cidade e o entrega para Lina, que combina com os três de roubar um dos carros de uma competição. Tyler concorda, assim alterando o trajeto e conquistando seu objetivo. Chegando no local demarcado, Tyler se depara com Rav machucado no chão e com Lina falando que o carro reformado está com ela. Na tentativa de ajudar o ferido, ela também rouba seu carro e aciona a polícia para Tyler. O que vem a seguir é a tentativa de vingança.

Na prática, você assume o controle de cada um dos personagens, especialistas em modalidades diferentes e com seus veículos respectivos, e participa de atividades como corridas normais, roubos, perseguições e fugas. No caso do online, são disponibilizadas as mais diversas provas. A dirigibilidade dos carros é a mesma de sempre, simples e divertida, e a personalização deles é praticamente ilimitada. Você pode deixar o seu carro de qualquer jeito que preferir. Mas, como em todos os jogos da EA, há algum tipo de microtransação embutida nisso. Nesse caso são as lootboxes, em que você paga pela chance de receber algum tipo de objeto personalizável para seu carro; se você não usufruir desse uso, os mesmos itens demorarão horas e mais horas para serem desbloqueados de graça. Uma vergonha, mas não uma surpresa, considerando o histórico da empresa.

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Mais um jogo da EA e mais um jogo infestado com microtransações e lootboxes.

Como já citado, a condução dos carros é arcade, mas não perfeita, por extrapolar os níveis de surrealismo e tornar o jogo demasiadamente fácil. As transições das corridas para cutscenes podem se tornar irritantes, apesar de satisfatórias no início. A trilha sonora não chama atenção e é pouco utilizada, mas chega perto de cumprir seu papel em nos deixar aflitos ou empolgados. Os gráficos são ótimos e se aproximam aos de Forza Motorsport 7. Infelizmente há alguns bugs (ou falta de polimento em alguns aspectos), como a destruição do veículo, que não está presente. A ambientação, porém, ameniza os pontos negativos e mantém o nível da franquia.


Conclusão 

Need for Speed Payback apenas dá seguimento à fórmula de seus predecessores. Apesar de uma história muito fraca, consegue te deixar entretido por horas com suas variadas provas e missões.


O melhor

  • Jogabilidade divertida
  • Inúmeros tipos de missões/provas

O pior

  • Bugs com carros e com a ambientação
  • Sistema de personalização muito bom, mas infestado com microtransações para dificultar a progressão e obrigar o jogador a pagar ainda mais
  • História fraca e com muitos erros de narrativa

5/10