Desenvolvido pela Toxic Games e publicado pela Trapped Nerve Games, Q.U.B.E. 2 tem uma semelhança muito forte com a série Portal, da Valve. Esse nome é uma sigla para “Quick Understanding of Block Extrusion”, ou em português, Rápido Entendimento de Extrusão de Blocos. Foi lançado no dia 13 de março para Ps4, Xbox One — aliás, o testei após pegar de graça na Xbox Live Gold no mês que estou escrevendo essa análise, dezembro de 2018 — e PC.

Q.U.B.E. 2 é um jogo de puzzle que se passa em outro universo. A protagonista está perdida nele e tem de usar o poder de suas luvas para mover blocos e assim resolver enigmas para avançar salas e consequentemente escapar desse mundo e descobrir respostas sobre o que está acontecendo.

A narrativa é rasa. Conta a história de Amelia Cross, uma arqueóloga que acorda sem motivos em outro mundo. Logo, “encontra” a comandante Emma Sutcliffe, a única sobrevivente descoberta até então, ajudando ocasionalmente a protagonista. Após passar de várias salas, são descobertos mais personagens, mas nada importante. Com certeza o enredo não é uma das partes mais fortes.

O jogo utiliza dos poderes das luvas da personagem para mover ou deformar blocos para passar por quebra-cabeças. Simples assim. Todos esses cubos têm uma função, que é designada através de suas cores, e são elas: vermelho (permite sua edição, então pode ser alongado, aumentado, etc), azul (arremessa tudo que encostar nele automaticamente), amarelo (todas as funções juntas) e verde (multiplica blocos).

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A grande maioria do cenário é composta por cubos.

O jogo adiciona novas mecânicas de pouco em pouco para desenvolver suas fases. Aumenta de nível gradativamente também, mas nem em sua última fase passa a ser difícil. Na verdade, essas dezenas de mecânicas, a partir da metade do jogo, só o deixam saturado. Desde que você entenda o padrão delas — e isso é algo rápido —, tudo passa a ser resolvido facilmente. Resumindo, no início e final o jogo é fácil, e na metade é quase mediano. Tudo isso dito, o design do mundo é muito bom, mas parece ser intencional ter tamanha facilidade. Se o jogo tivesse uma dificuldade elevada, com certeza seria mais interessante.

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Suas mecânicas são inovadoras e bem fáceis de aprender.

Como já falei, o jogo é fácil — pelo menos será para a grande maioria das pessoas. Seu fator replay é razoável, já que dura entre 5 e 7 horas em média, mas o valor do jogo é caro levando isso em consideração. Tudo depende da rapidez do jogador na solução de cada desafio.

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O jogo poderia ser mais complexo.

A trilha sonora é, como sempre, uma das maiores determinadoras de como vai ser a atmosfera do jogo. Em Q.U.B.E. 2, ela é tensa e enigmática o suficiente, mas falta muita qualidade e variedade. É extremamente repetitiva, e após longos períodos jogando pode ser bem irritante. Ela chega em frequências que dão vontade de desistir de jogar na hora se estiver em um volume alto. Sobre os efeitos sonoros, são relativamente bons, mas nada excepcionais, só cumprindo sua parte. A dublagem (original) é ótima. A interpretação das dubladoras e seus sotaques ingleses dão um belo toque para essa aventura.

O gráfico é incrível. Já que é feito na Unreal Engine 4, não poderia ser diferente, visto que ela é uma das mais bonitas. O jogo não é tão detalhado nessa questão, mas tudo funciona muito bem visualmente. Até mesmo a personagem, ou no caso seus braços, são bem feitos. As animações também são ótimas. Elogio-as muito, mas não sinto algo único. Seu design não é exclusivo desse jogo, por exemplo.

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Considerando a maioria do outros jogos do gênero, o gráfico desse é muito superior.

Q.U.B.E. 2 é um jogo que introduz uma grande parte do público para o gênero de puzzle, que inova e melhora em relação ao seu antecessor, que faz o jogador perder algumas horas, mas que é bem fácil e pode ser monótono. É quase essencial que os fãs de jogos como Portal joguem, pois é uma boa experiência, que apesar de tudo, acrescenta bastante ao gênero com suas mecânicas.


Conclusão

Q.U.B.E. 2 acrescenta muito ao gênero, seja pelo poder gravitacional exercido pelas luvas da protagonista ou pelas mecânicas dos quebra-cabeças. Infelizmente, muito potencial é jogado fora, já que tem uma história medíocre que deixa muitos espaços em branco e seus quebra-cabeças na maioria das vezes são bem fáceis, o que os torna levemente monótonos.